Foi rápido, não esperava por isso. Nem lembro direito o que eu fazia, sei que estava em meu escritório, como sempre procrastinando horrores, mas exatamente o que eu fazia, não sei. Algumas notícias são dadas assim, de repente, você escuta e depois de certo ponto você é transportado para um episódio do Snoopy, onde o Charlie Brown está escutando a professora falar. Até ali entendemos, mas o que foi dito depois de determinadas palavras acaba perdendo o sentido. Aquela inflexão atordoa e catar os pedaços depois disso é piada sem graça. Ficamos o resto do tempo remando descontroladamente em um pequeno lago, nos afastando de uma margem e tocando a outra.
Lembrei de uma cena de Beleza Americana onde um saco plástico rodopia aos favores do vento: Há tanta beleza no mundo que chega a doer; disse o personagem, algo assim, não essas palavras, mas de fato ele tem razão, em toda sua potência as coisas nos engolem ou nos apequenam e essa intensidade no fim não tem medida certa, aliás, são os nossos resistores que são variáveis.
Naquele dia foi o vento, passados alguns instantes, fui minimizando os efeitos, mensurei os prejuízos, organizei o que podia, e providenciei os reparos, atravessei o lago e pisei na mesma terra em que ganhei e perdi de tudo e mesmo juntando os pedaços até hoje eu espero outro vento.
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