sábado, 3 de outubro de 2009

Meu drama

Sei que fazendo isso não ficarei em paz comigo mesmo.
Não é que o incômodo será momentâneo ou prolongado, será constante e com uma possibilidade real de ser eterno.
Tudo bem, para que você entenda em sua lógica desesperada explico. Eterno enquanto dure.
Será mesmo que eu quero viver com esse incômodo no meu rastro?
Mesmo que seja uma existência curta, efêmera mesmo.
Posso viver com a culpa e por fim morrer abraçando ela?
Então uma vez que já esteja morto, eu serei lembrado pelos meus amigos, e a forma como serei lembrado será o meu legado. Bom amigo, cara chato, desinteressante, vitorioso ou covarde.
Será que esse legado é o que realmente importa? Se todos vão seguir em suas vidas, e eu, morrerei.
Morrerei agarrado a que?
A um arrependimento?
E do que eu me arrependo?
De não ter vivido segundo o que esperam de mim?
Ou do jeito que no fundo eu sei que devo viver?
Só sei que, se eu fizer isso, estou colocando mais uma pedra no saco que está amarrado em minha cintura. Uma hora esse saco vai me impossibilitar de sair do meu lugar, até que uma hora eu irei me dobrar sobre o seu peso, e então só verei o peso que eu carrego.
Vou então morrer, sem ver além do meu nariz.