Encontro-me no corredor e estou sozinho.
Sei que se continuar a caminhar entrarei naquela sala. Lembro me da última vez em que eu estive lá.... estávamos em cinco ou seis pessoas, mais ou menos alcoolizados (temos sempre que ter uma desculpa), despreocupados e vulneráveis.
Não lembro exatamente o que fizemos, mas lembro da ressaca moral do dia seguinte, que me fez filosofar o resto da semana toda, sobre o sentido de tomar decisões certas, o começo da culpa, e a justificação dos meios. Mesmo assim sinto-me impelido àquela sala.
Dou mais alguns passos e paro em frente ao quadro do velho Gabriel.... ah velho filho da puta, essa sua cara impávida fica sempre a vigiar os que passam pelo corredor. Esses olhos fitos na altura da cabeça de uma pessoa mediana só servem para causar pavor. Seria um sinal? Por que ele se deixou fotografar com um ar tão indiferente? Procuro ignorar o velho babaca e me sirvo no bebedouro logo mais à frente, mas ainda tenho a sensação de estar sendo observado.
Entro ou não? Só mais alguns passos...
terça-feira, 28 de julho de 2009
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