terça-feira, 28 de julho de 2009

Cabacismos?..

Encontro-me no corredor e estou sozinho.
Sei que se continuar a caminhar entrarei naquela sala. Lembro me da última vez em que eu estive lá.... estávamos em cinco ou seis pessoas, mais ou menos alcoolizados (temos sempre que ter uma desculpa), despreocupados e vulneráveis.
Não lembro exatamente o que fizemos, mas lembro da ressaca moral do dia seguinte, que me fez filosofar o resto da semana toda, sobre o sentido de tomar decisões certas, o começo da culpa, e a justificação dos meios. Mesmo assim sinto-me impelido àquela sala.
Dou mais alguns passos e paro em frente ao quadro do velho Gabriel.... ah velho filho da puta, essa sua cara impávida fica sempre a vigiar os que passam pelo corredor. Esses olhos fitos na altura da cabeça de uma pessoa mediana só servem para causar pavor. Seria um sinal? Por que ele se deixou fotografar com um ar tão indiferente? Procuro ignorar o velho babaca e me sirvo no bebedouro logo mais à frente, mas ainda tenho a sensação de estar sendo observado.
Entro ou não? Só mais alguns passos...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Embalos de Segunda à noite

Impressionante como em tão pouco tempo o homem saiu de
Balões de vapor e foi à lua.
Muito rápido mas eu compreendo
O mesmo se aplica ao desenvolvimento das comunicações.
De Gram Bell ao G-mail, a mensagem é enviada a uma velocidade inimaginável
Realmente muito rápido mas eu compreendo
Video-games aceleram os reflexos dos infantes que ja nascem com I-Pod's escolhendo a trilha sonora do novo Gênese
Isso tudo me cansa, mas ainda compreendo
E tudo se acerta por clicks que vão por fibras óticas e explodem em luz fracionada em milhares de pontos
Assim se firmam-se contratos
Anunciam-se acordos
Convidam-se pessoas
Compram-se roupas
Exibem misérias
Empurram ilusões
E proliferam inutilidades
Tudo muito, muito rápido e compreensível.
Mas eu realmente não entendo porque
Eu não lhe mando um e-mail dizendo que eu quero lhe ver
Sentar junto e te dizer que podemos fazer nossas vidas melhores juntos
Mas...
...será que você iria acreditar?

sábado, 18 de julho de 2009

Cartas que nunca chegam

Quero deixar bem claro que sempre pensei em nós como um casal e que disso não abro mão.

Sei que temos muito que aturar um do outro, e por isso proponho que baixemos nossas defesas e cessemos nossos ataques. Esse tempo que gastaríamos pode ser melhor aproveitado se nos acertarmos.

Sei que o afeto vindo só de mim não será suficiente para fazer acontecer nossa história, por isso mesmo exijo que me ame. Não aquele amor piegas e sentimentalóide que não leva a nada, mas sim o amor maduro de escolhas certas. Eu sou o cara de sua vida.

Você sorri comigo, discute à beça também, mas você sabe que eu consigo lhe compreender quase como se eu fosse uma amiga (exemplo imbecil, eu sei).

Sei que você não liga pra beleza, afinal seu último namorado era horrível, e sei também que não liga tanto pra dinheiro, mas tenho certeza que isso não será empecilho, afinal você ganha muito bem e eu estou em acensão em minha carreira.

Filhos... iremos encher a casa de crianças pois sei que você adora crianças. Eu quero ter no mínimo três filhos com você e adotar ao menos mais um.

Tá bom, você não gosta de rock, tudo bem, eu não sou vascaíno, torço pro vitória da bahia e sou mengão por criação, nem tudo é perfeito. Lembra que eu te dei um cd de axé?

Mas se lembre que gostamos de seriados, não curtimos novela e gostamos de filmes de terror, comemos só cachorro-quente e achamos uma maravilha, bebemos pouco pra não falar besteira, compramos só o essencial, frequentamos os mesmos bares e lemos bem pouco.

Pense bem, lhe dou mais benefícios do que revezes, seja lógica, mas não fria. Me aceite e se case comigo.

Seremos invencíveis.